A dívida pública é um dos principais indicadores da sustentabilidade financeira de um país. Na União Europeia (UE) e zona euro, este tema volta a estar em destaque: vários países ultrapassam largamente o limite dos 60% do PIB definido pelo Tratado de Maastricht.
Segundo os dados mais recentes da Eurostat (2025), a dívida pública da zona euro situa-se em torno dos 81% do PIB, mas com grandes diferenças entre países.
Dívidas dos países da UE (% do PIB)
Fonte: Eurostat
Portugal surge em 6.º lugar, ainda acima da média europeia, mas tem reduzido a sua dívida de forma consistente desde o pico registado em 2014 (mais de 130% do PIB).
Atualmente, 15 dos 27 Estados-Membros ultrapassam o limite dos 60% do PIB , o que mostra que o problema não é isolado, mas sim estrutural dentro da União.
Portugal vs Suíça
Portugal: cerca de 96,4% do PIB em dívida pública (Março 2025). Apesar de elevada, a tendência é de descida.
Suíça: apenas 37,6% do PIB em 2024, muito abaixo da média europeia. Este resultado é fruto de regras orçamentais rígidas e de uma cultura de equilíbrio fiscal.
O pico da dívida em Portugal (2014–2016, >130% do PIB).
A descida consistente nos últimos anos.
A média da UE sempre acima do limite de Maastricht (60%).
A Suíça com níveis muito estáveis e bem mais baixos.
A comparação mostra como diferentes modelos de gestão pública podem produzir resultados opostos: Portugal continua a enfrentar restrições, enquanto a Suíça tem margem de manobra.
Tendência para o Futuro
A UE procura equilibrar consolidação orçamental com investimento em transição digital e energética.
Países como Grécia, Itália, França e Espanha continuam em destaque pela elevada dívida, mas também Alemanha e outros países centrais registaram aumentos recentes devido ao esforço orçamental pós-pandemia.
Portugal é frequentemente citado como exemplo de recuperação, tendo reduzido o rácio da dívida em quase 40 pontos percentuais na última década.
Conclusão
A dívida pública na Europa continua elevada, refletindo crises passadas (financeira, pandemia, energia) e atuais. A média europeia mostra que a maioria dos países não cumpre os critérios de Maastricht, o que levanta dúvidas sobre a sustentabilidade a longo prazo.
Portugal mantém-se no top-10 dos mais endividados, mas com trajetória descendente. Já a Suíça confirma a sua reputação de estabilidade orçamental, sendo um contraste claro face à realidade europeia.