O Nível de vida em Portugal: Estudo da FEP revela discrepâncias
O nível de vida dos portugueses, quando comparado com a média da União Europeia (UE), tem sido sobrestimado. Um estudo recente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) revela que a revisão dos dados sobre a população imigrante, realizada pela AIMA, coloca o rendimento per capita português abaixo do valor de 80% da média da UE até 2026. Esta descoberta tem implicações significativas para a economia e as políticas públicas do país.
A Questão dos Dados: A Contagem da Imigração
A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) revelou que a população estrangeira com estatuto legal de residente é cerca de 250 mil pessoas superior aos dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2023. Esta discrepância na contagem populacional tem um impacto direto no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, levando a uma sobrestimação do nível de vida real em Portugal.
O Impacto nos Números

O estudo da FEP, que usou os dados da AIMA, estima que:
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Em 2023, o rendimento per capita de Portugal foi de 78,9% da média da UE, e não 80,7% como inicialmente reportado.
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Em 2024, o nível de vida teria sido de 79,2%, em vez dos 81,6% oficiais.
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Em 2026, a previsão é de 79,5%, colocando Portugal na 21ª posição na UE, a sétima pior.
Portugal e a Roménia: Um Aviso
A análise da FEP destaca uma preocupante falta de competitividade da economia portuguesa, comparando-a com a Roménia. As previsões indicam que, até 2026, o nível de vida da Roménia estará a apenas duas centésimas do de Portugal. Este é um sinal de que a economia portuguesa necessita de reformas estruturais urgentes para elevar o seu potencial de crescimento e garantir uma maior convergência com o resto da UE.
Imigração Controlada: Necessidade e Desafio
O estudo também aborda a questão da imigração. Para que Portugal atinja um nível de rendimento per capita superior à metade dos países da UE até 2033, seriam necessários 80 mil imigrantes por ano, alinhados com as necessidades do mercado de trabalho. A FEP defende uma política de imigração regulada pela economia e pela capacidade de absorção social, sem "portas escancaradas" ou "muros", o que exige uma revisão das políticas atuais e uma maior coordenação entre as entidades.