Três cidadãos portugueses foram condenados a prisão perpétua no Luxemburgo pelo homicídio de Marco Santos, emigrante português naquele país. O crime ocorreu durante umas férias em Portugal, no verão de 2021, e envolveu um plano previamente delineado.
Os arguidos são Rosa, companheira da vítima, Maria Clara, mãe de Rosa, e João, homem que, segundo o tribunal, mantinha uma relação próxima com ambas. Um filho de Rosa, que também tinha sido acusado, acabou por ser absolvido, uma vez que ficou provado que apenas ajudou a deslocar o corpo, sem ter conhecimento do homicídio.
Crime cometido em Portugal durante férias
O homicídio teve lugar na Figueira da Foz, quando Marco Santos foi envenenado com pesticida e comprimidos para dormir. Ainda com vida, o corpo foi lançado ao rio Mondego, sendo o cadáver encontrado no dia seguinte.
A autópsia confirmou que a morte resultou da ação combinada do veneno e do afogamento, consolidando a tese da acusação apresentada em tribunal.
Investigação internacional e ocultação do desaparecimento
Segundo informações avançadas pelo jornal luxemburguês Le Quotidien, após o crime, os condenados regressaram ao Luxemburgo e apoderaram-se das contas bancárias da vítima, sem comunicarem o seu desaparecimento às autoridades.
O corpo de Marco Santos só foi identificado meses depois, o que levou as autoridades luxemburguesas a abrirem uma investigação autónoma, em estreita cooperação com Portugal, uma vez que não podia ser excluída a possibilidade de os autores residirem no Luxemburgo.
A investigação revelou ainda que os arguidos contavam receber cerca de 500 mil euros através de um alegado seguro de vida, que afinal não existia.
Recurso ainda possível
Os três portugueses encontram-se detidos no Luxemburgo desde 2022 e dispõem agora, ao abrigo da lei local, de 40 dias para recorrer da sentença.